sexta-feira, 3 de novembro de 2017

Álbum de Ronnie Von com arranjo do 'mutante' Sérgio Dias chega ao CD

Foi Ronnie Von – cantor fluminense projetado na era da Jovem Guarda como um dos muitos concorrentes de Roberto Carlos – quem batizou o grupo Os Mutantes. O trio paulistano se chamava Os Bruxos quando entrou em cena, em 1966. Quando foram naquele ano ao programa de TV comandado por Ronnie, Arnaldo Baptista, Rita Lee e Sérgio Dias receberam e aceitaram a sugestão do apresentador para trocar o nome do grupo para Os Mutantes. Ronnie sugeriu esse nome porque lia o livro O império dos mutantes (1966), do escritor francês de ficção científica Stefan Wul (1922 – 2003).

Por conta dessa conexão, não soa estranho que seja do guitarrista Sérgio Dias Baptista o arranjo da música Do jeito que tá (Isolda e Ronnie Von, 1984), faixa que abre o álbum Ronnie Von. Lançado em 1984 pela gravadora Som Livre, no formato de LP, o disco ganha a primeira edição em CD dentro da segunda fornada de relançamentos produzidos neste segundo semestre de 2017 pelo pesquisador Marcelo Fróes para o selo Discobertas a partir de incursões nos acervos das gravadoras RGE e Som Livre.

Cantor que ainda conseguiu emplacar eventuais sucessos na década de 1970, após o fim do reinado da Jovem Guarda, Ronnie obteve último hit nacional da carreira fonográfica com compacto de 1983 que precedeu e impulsionou a gravação deste álbum produzido por Arnaldo Saccomani e Luiz Carlos Maluly. Cachoeira (Luiz Guedes e Thomas Roth, 1983) foi o sucesso radiofônico lançado em compacto e naturalmente incluído no LP.

Além de contar com Sérgio Dias na faixa de abertura, o disco Ronnie Von tem arranjo do maestro Lincoln Olivetti (1954 – 2015) na música Só pra te guardar (João Paulo e Ronnie Von). Contudo, os arranjos de oito das dez músicas foram confiados a Eduardo Souto Neto. Detalhe: as bases do disco foram quase todas gravadas pelo grupo carioca Roupa Nova, então já bastante requisitado para gravações de estúdio.
Fonte: G1

04/11/1965: Rosimary - O que me falta é um namorado compreensivo


08 capas da revista inTerValo de 1965


The Silvery Boys tem disco relançado pelo selo Discobertas

No encantado mundo pop da Jovem Guarda, houve um rei, alguns príncipes e muitos plebeus como o grupo carioca The Silver Boys. Formado em 1965 no bairro carioca de Campo Grande, na periférica Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro (RH), esse quinteto nunca chegou a obter relevância no reino da Jovem Guarda. A ponto de ter ficado conhecido como "A famosa bandinha de Campo Grande". Mesmo assim, apadrinhado pelo compositor, radialista e apresentador de TV José Messias (1928 – 2015), o conjunto gravou discos com regularidade entre 1967 e 1968 pela extinta gravadora RGE.

Lançado há 50 anos, o primeiro álbum do grupo The Silvery Boys, estranhamente intitulado De com força... Pra frente (RGE, 1967), ganha a primeira edição em CD neste mês de outubro de 2017 pelo selo Discobertas. O título estranho reproduz gíria de Messias que nunca chegou a pegar.

No disco, aberto com a música O paquera (Carlos Imperial e Carlos Cruz), José Carlos, o Zezinho (trombone), Paulinho (pistom), Fernando Soares (guitarra), Paulo Sérgio (contrabaixo e guitarra) e Sérgio (bateria) gravaram algumas músicas autorais, casos de Gata selvagem (Fernando Soares), de Não Posso acreditar (José Carlos) e de Depois de você, ninguém (Fernando Soares). Mas as duas faixas que conseguiram alguma receptividade (sendo perpetuadas posteriormente em coletâneas) foram sintomaticamente as regravações de Coração de papel (Sérgio Reis, 1966) e Namoradinha de um amigo meu (Roberto Carlos, 1966), sucessos da Jovem Guarda no ano anterior.

Não por acaso, a famosa bandinha de Campo Grande logo sumiria na poeira da estrada sem deixar rastro.

'Se aposentar é morrer', diz Wanderléa, em atividade aos 71

Wanderléa, 71, se prepara para encerrar a temporada de sucesso do musical "60! Década de Arromba", que sai de cartaz no dia oito de outubro após seis meses em São Paulo. No espetáculo, a cantora resgata músicas da época em que ela fez parte da Jovem Guarda. "Os fãs que nos acompanharam durante a juventude trazem os filhos e os netos para nos prestigiar agora", diz a cantora, em entrevista para o site do Instituto de Longevidade Mongeral Aegon.

O instituto, que trata de assuntos ligados ao envelhecimento e qualidade de vida, falou com Wanderléa sobre se manter em atividade: "A gente não se aposenta nunca. Se você não faz mais aquilo que fazia na juventude, nos melhores anos de vida, pode escolher uma nova tarefa para desempenhar. Se aposentar é morrer."
Fonte: Folha

60! DÉCADA DE ARROMBA DOC. MUSICAL
Theatro NET São Paulo (Shopping Vila Olímpia) - Rua Olimpíadas, 360
20h30 (quintas e sextas) e 17h (sábados e domingos), até 8 de outubro
Classificação: 12 anos
Ingressos: de R$ 50 a R$ 200
www.theatronetsaopaulo.com.br

Guitarrista Luiz Lopez apresenta segundo álbum solo na CCMQ

Guitarrista da banda de Erasmo Carlos - com quem gravou três discos -, o músico Luiz Lopez faz show do seu segundo álbum solo. Para apresentar Visceral, o artista sobe ao palco do Auditório Luís Cosme, na Casa de Cultura Mario Quintana (Andradas, 736), às 19h30min de quarta-feira. O espetáculo tem entrada franca.

O trabalho do carioca tem influência de Raul Seixas, Beatles e da musicalidade da década de 1960. Lopez também fez parte da banda Filhos da Judith e dividiu palco com ícones que vão de Roberto Carlos e Arnaldo Antunes até Marisa Monte, Paula Toller e Marcelo Jeneci. No show, o compositor fica encarregado de voz, guitarra e piano - Mario Vitor e Rike Frainer completam o time, no baixo e na bateria, respectivamente.
Fonte: Jornal do Comércio

Erasmo Carlos retorna ao Rio Grande do Sul com shows nesta sexta e sábado

Um dos mais importantes nomes da música brasileira, Erasmo Carlos retorna ao Rio Grande do Sul nesta sexta e no sábado, para apresentações em Novo Hamburgo, no Teatro Feevale (ERS-239, 2755), e em Porto Alegre, no Teatro do Bourbon Country (Túlio de Rose, 80), respectivamente. O show reúne canções do disco homônimo – que foi vencedor do Grammy Latino de Melhor Álbum de Rock Brasileiro – além de grandes sucessos que marcaram a carreira do Tremendão, como “Gatinha Manhosa”, “Negro Gato”, “É proibido fumar” e “Festa de Arromba”.

Para a primeira data, os ingressos custam entre R$ 80 e R$ 120. Já para a apresentação na Capital, eles estão sendo vendidos por valores entre R$ 80 e R$ 160. As entradas podem ser adquiridas pelo site. Acompanhado de sua guitarra, o músico subirá aos palcos com a banda formada por Pedro Dias (baixo), Luiz Lopes (guitarra e violão), Billy Brandão (guitarra), Rike Frainer (bateria) e o maestro José Lourenço (piano e teclado).

Erasmo cresceu cercado por elementos que tornariam sua identidade musical singular. Já adolescente, fez destacar sua personalidade no meio de um bando de fãs de rock'n'roll e bossa nova que incluia Tim Maia e Jorge Ben. Logo depois, conheceu o na época aspirante a cantor Roberto Carlos, durante um concerto de Bill Haley no ginásio do Maracanãzinho. Ver o norte-americano inspirou o artista a formar os Snakes com os dissidentes de outro grupo local, os Sputniks.

O grupo vocal de Erasmo estrelou algumas aventuras no underground do mercado musical, até lançar o LP "Só Twist",  em 1961, que não obteve sucesso. Erasmo então foi trabalhar como assistente do apresentador e produtor Carlos Imperial – por intermédio de quem viria a tornar-se crooner do grupo Renato & Seus Blue Caps, em 1962. Com Erasmo dividindo os vocais com o baixista Paulo César, a banda publicou seu primeiro LP. Não muito depois, os Blue Caps acompanhariam Roberto Carlos na gravação de "Splish Splash", numa versão para o português feita por Erasmo. Foi o nascimento da lendária parceria entre os dois.

A Jovem Guarda agrupou as influências do pop britânico e ganhou popularidade definitiva a partir de setembro de 1965 – quando a TV Record estreou o programa homônimo. Apresentado por Roberto, Erasmo e Wanderléa em São Paulo por três anos seguidos, o programa deu visibilidade para os primeiros se tornassem os principais nomes e também os compositores do movimento, com talento de sobra para garantir material de qualidade até para os colegas. Com o fim da Jovem Guarda, Erasmo mergulhou ainda mais na bossa e na MPB que vinha tangenciando ao longo dos anos.

Desde então, foram uma série discos e canções que ajudaram a moldar a história da música brasileiras.  Sua discografia teve continuidade em 2004 com "Santa Música", só com material inédito e, em 2007, com "Erasmo Carlos Convida II", reunindo ídolos da MPB em torno de sua obra. Nesse período, começou a escrever o seu livro "Minha Fama de Mau," reunindo suas memórias e que veio a ser lançado em 2009. Neste mesmo ano, lançou "Rock'n'Roll", com produção de Liminha e lançado por sua gravadora Coqueiro Verde Records.

Em 2011, lançou o álbum Sexo seguindo a trilogia, com participações nas composições de Arnaldo Antunes, Adriana Calcanhoto, Chico Amaral, Nelson Mota e Frejat nas guitarras. Em 2014, o músico presentou o público com "Gigante Gentil" e saiu em turnê que passou pelo Rio Grande do Sul. Em 2015, Erasmo recebeu o Prêmio Grammy Latino de Melhor Disco de Rock por esse trabalho. No mesmo ano, lançou o CD e DVD ao vivo "Meus Lados B".
Fonte: Correio do Povo