terça-feira, 3 de novembro de 2015

Os Brasas e a cena de Jovem Guarda no Rio Grande do Sul

O impacto da Jovem Guarda no Rio Grande do Sul deu origem a uma verdadeira cena local de bandas inspiradas nos ídolos nacionais. A movimentação era impulsionada por programas de rádio e televisão que divulgavam a novidade do momento.

Algumas bandas ousaram se aventurar por São Paulo e Rio, como Os Brasas e Os Cleans, mas a maioria se manteve restrita ao circuito de bailes porto-alegrense. O que não era pouca coisa. Cada clube contava com três ou quatro bandas por noite. Era assim o contato entre os músicos: quando uns chegavam, outros davam tchau.

Foi o início do rock cantado por aqui. Até o estouro da Jovem Guarda, no início dos anos 1960, o circuito de bailes era animado principalmente por bandas instrumentais, como Flamboyant e o célebre conjunto de Norberto Baldauf.

— Tínhamos até medo de tocar perto desses caras, que eram brilhantes — lembra Zé Roberto, ex-integrante d’Os Cleans e um dos pioneiros da guitarra em Porto Alegre.
O estouro da Jovem Guarda, na verdade, vinha na esteira de um fenômeno de proporções ainda maiores: a beatlemania.

O músico e radialista Mutuca explica:

— Em Porto Alegre, os grupos chamados de “conjuntos” vinham de antes da Jovem Guarda, com uma visão própria do rock americano. Quando a beatlemania chegou, surgiu a Jovem Guarda em São Paulo. Ao mesmo tempo, em Porto Alegre, os músicos faziam sua própria leitura do movimento mundial.

Os Brasas foram provavelmente a banda mais bem-sucedida do iê-iê-iê gaúcho, tendo lançado, em 1968, um LP que levava o nome do grupo, relançado em CD em 2009. Acompanharam, em estúdio, nomes como Wanderléa, Vanusa e Antonio Marcos.

— Fomos para São Paulo em 1966. Porto Alegre tinha se tornado pequena para nós – relembra Luis Vagner, ex-integrante d’Os Brasas que depois enveredou com sucesso pelo samba-rock em carreira solo.

— Em São Paulo, começamos a desenvolver uma carreira. Depois fomos para o Rio. De 1969 para 70, um produtor perdeu a fita do que seria nosso segundo disco e aquilo nos abalou. Resolvemos nos separar e seguir em carreiras individuais.

Os Cleans também tinham abandonado o barco. É que os tempos começaram a mudar, e o iê-iê-iê deu lugar a outros sons.  Zé Roberto é quem conta:

— Nadamos, nadamos e morremos na praia em São Paulo. Depois de enfrentar dificuldades em todos os aspectos, nos abrimos para o que estava acontecendo. Incluímos teclados e sintetizadores e começamos a atacar com covers de Yes, Led Zeppelin.

Na avaliação do jornalista e pesquisador Gilmar Eitelwein, a Jovem Guarda gaúcha não chegou a ter uma cor local:

— A cena local foi uma cópia de um movimento nacional, poucos se aventuraram a criar. Entre esses poucos, estiveram Os Brasas, que começaram a compor e foram ao centro do país.

Criado em meio àquela efervescência, o baterista Edinho Espíndola — que depois integrou o Liverpool e o Bixo da Seda — recorda o espírito daqueles tempos:

— Lembro das festas lotadas, todo mundo usando calça boca-de-sino, as golas exageradas. Tinha gente que não curtia, que se chocava com aquela aparência. Mas não vejo com antipatia. As pessoas apenas queriam ser Roberto Carlos.
Fonte: Zero Hora

Portal Jovem Guarda, 10 anos esquentando feito brasa!

Não é à toa que o Portal Jovem Guarda faz 10 anos no dia dos 50 anos da Jovem Guarda. Fruto da parceria de Marcelo Froes e de José Carlos Almeida, foi ao ar para celebrar os 40 anos no dia 22/08/2005 - com apoio dos artistas e diversos amigos, notadamente Janaina Huang, Henrique Kurtz e Valdir Siqueira.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Influenciada pelos Beatles, Jovem Guarda faz 50 anos


O caminho para a aceitação do rock no Brasil demandou tempo e paciência. A bossa nova dominava o mercado e tinha forte apelo junto aos jovens mais sofisticados que consideravam o rock coisa de suburbano inculto. Pioneiros como os irmãos Celly e Tony Campello, Sergio Murilo, Ronnie Cord, Demétrius e Carlos Gonzaga se viravam como podiam, gravando de forma barata, mas entusiasmada, versões de canções estrangeiras. A produção era incipiente e o ritmo também lutava contra o bolero e a música italiana, que por incrível que pareça, eram vendidos como “música jovem”.

A TV Record tinha perdido o direito de transmitir os jogos de futebol durante os domingos. Para preencher a lacuna, foi decidido criar um programa de música jovem. Depois que a escolhida Celly Campello disse não, os produtores chamaram Roberto Carlos, um ídolo em ascensão. Roberto indicou Erasmo Carlos e Wanderléa para ajudá-lo na tarefa e o programa, batizado de Jovem Guarda, estreou no dia 22 de agosto de 1965 e teve um impacto cultural semelhante à beatlemania.

A Jovem Guarda criou novos ídolos, lançou moda e popularizou de vez as guitarras no Brasil. No mesmo instante, Roberto estourava com “Quero Que Vá Tudo Pro Inferno” e se consagrava como o Rei da Juventude. Tudo mudou com o impacto cultural causado pelos Beatles a partir de 1964. Todos os países ocidentais e capitalistas tiveram algum movimento similar ao causado pelo quarteto britânico. No Brasil, o papel foi destinado no ano seguinte à turma da Jovem Guarda ou Iê-Iê-Iê, como chamavam os contemporâneos.

O recorte estético sonoro e visual passava pela Inglaterra, mas a Jovem Guarda possuía uma brejeirice e inocência que eram tipicamente brasileiras. As elites culturais massacraram o movimento, afirmando que as canções tinham letras ingênuas e harmonias simplórias. A Jovem Guarda hoje exerce um apelo nostálgico, mas em sua época foi fundamental para cimentar o status da cultura jovem no país. Tocar guitarra elétrica passou a ser algo normal e desejado. E um movimento que tinha na linha de frente Roberto e Erasmo Carlos não poderia ser chamado de banal.

As guitarras e amplificadores haviam chegado para ficar, mas haviam alguns desavisados que não acreditavam nisso, como os que participaram da famigerada passeata contra a guitarra elétrica, ocorrida em São Paulo em 1967. O mais irônico é que, fazendo o papel de gaiato, lá estava justamente o futuro tropicalista Gilberto Gil. E afinal, os tropicalistas eram roqueiros? Sim e não. Eles tinham no sangue a bossa nova e música regional, mas felizmente não eram puristas ou fechados a outras influências. Caetano Veloso enxergava valor na Jovem Guarda e, alertado por Maria Bethânia, passou a prestar atenção em Roberto Carlos.
Fonte: Jornal Luzitânia

sábado, 22 de agosto de 2015

Helô Pinheiro: ‘Fui dispensada por Roberto Carlos’ Jovem Guarda

Helô Pinheiro adora mostrar os seus momentos com a neta, Rafinha Justus, nas redes sociais, mas desta vez, ela preferiu revelar um pouco sobre a sua vida amorosa. A mãe de Ticiane Pinheiro foi uma das convidadas do programa Chega Mais, da RedeTV!, e contou aos apresentadores, Renata Kuerten e Matheus Mazzafera, que já viveu um affair com o cantor, Roberto Carlos:

- Ele é uma paixão nacional e eu o adoro. A história de como nos conhecemos é muito comprida, mas vou resumir: certa vez, durante um voo, ele pediu uma foto minha e eu entreguei uma 3x4. Conversamos e ele me ofereceu uma carona. Ao chegarmos na porta da minha casa, ele me convidou para assistir ao show que faria naquela noite, mas eu não podia desmarcar o compromisso que tinha e não pude ir, o que hoje vejo como uma burrice.

Helô contou ainda que já deu um beijo no Rei, mas que acabou levando um fora dele:

- Enfim, na despedida, ele me deu um beijo, mas foi um beijo de selo molhado, sabe? Um beijinho que desliza, sem querer. Quando fui a outro show do Roberto, perguntei se ele havia guardado minha foto e ele disse que tinha jogado fora. Ele não guardou minha foto, me dispensou!

Globo escala Roberto Carlos para ajudar novela

A nova novela das nove da Rede Globo de Televisão, 'A Regra do Jogo', terá todas as armas possíveis da emissora carioca para conseguir elevar a audiência do horário, que foi derrubada por 'Babilônia'. Com um elenco recheado, com nomes como Tony Ramos, Alexandre Nero e Giovana Antonelli, o autor João Emanuel Carneiro, o mesmo de 'Avenida Brasil', ainda terá o auxílio do rei da música brasileira, o cantor Roberto Carlos. O artista não emplacava um sucesso seu há dois anos.

A última vez que uma música de Roberto fez sucesso em uma trama da Globo foi em 2013, quando o hit 'Esse Cara Sou Eu' embalou o romance entre Théo (Rodrigo Lombardi) e Morena (Nanda Costa). A música fez parte da trilha sonora de 'Salve Jorge', escrita por Glória Perez. Graças ao folhetim, Roberto Carlos voltou a ser um dos cantores mais tocados do rádio. No especial de fim de ano da Globo, ele voltou a cantar o hit.

'Eu te Amo, Te Amo, Te Amo' é a música escolhida da vez. Ela é um dos maiores sucessos da carreira de Roberto. O hit dessa vez será tema do casal formado por Alexandre Nero e Giovanna Antonelli. A informação foi confirmada pela jornalista Cristina Padiglione nesta sexta-feira, 07. Segundo a repórter, além de Roberto Carlos, 'A Regra do Jogo' terá outros grandes nomes da música, como Zeca Pagodinho e Mosquita. Alcione ficará responsável pelo tema de abertura, 'Juízo Final'.

'A Regra do Jogo' estreará no próximo dia 31. A TV Globo está investindo em muitas chamadas para ver se consegue chamar a atenção do público. Um dos principais comerciais mostra o elenco em um tabuleiro de Xadrez. A propaganda faz uma alusão ao nome da novela de João Emanuel Carneiro, que promete surpreender o público com técnicas novas de filmagem. Nos estúdios serão colocadas câmeras escondidas. O objetivo é dar um clima de reality show no folhetim.

A meta da nova novela é de 30 pontos, 5 pontos a menos do que o normal. O Ibope do horário foi jogado no ralo por 'Babilônia'. Além disso, as tramas do SBT e da Record também estão cativando o Ibope, em especial o da grande São Paulo.

O dia que Chico Buarque tentou 'roubar' Roberto do Rock

No livro “Roberto Carlos em Detalhes”, a famosa biografia proibida do Rei, o autor Paulo César de Araújo descreve assim a visão dos artistas da Música Popular Brasileira sobre a Jovem Guarda no começo da explosão do movimento: “Na época, ainda não era aceitável que um cantor-compositor brasileiro pudesse fazer rock. Era algo considerado uma anomalia, e assim deveria ser tratado e corrigido. Portanto, a única solução possível para os roqueiros seria convertê-los à ‘música brasileira’.”

Foi isso que Chico Buarque e Geraldo Vandré tentaram fazer com Roberto Carlos em um dos episódios mais folclóricos – e menos lembrados – da rixa entre MPB e Jovem Guarda. Na edição de 10 de dezembro de 1966 da revista “Manchete”, Chico e Vandré entrevistaram Roberto, tentaram “curar” o Rei do seu vício em iê-iê-iê e recomendaram um tratamento à base de muita MPB. O título da matéria? “A Frente Ampla da Jovem Guarda” – uma referência ao manifesto político que naquele momento unia os antigos adversários políticos João Goulart, Juscelino Kubitschek e Carlos Lacerda contra a ditadura militar.

A entrevista é impagável. Mas, antes, um pouco de contexto. Em 1966, a popularidade de Roberto havia explodido com a música “Quero que Vá Tudo Vá pro Inferno” e com o programa “Jovem Guarda”. A MPB torceu o nariz e acusou Roberto, e a turma do iê-iê-iê como um todo, de fazer música alienígena e alienada, desvinculada dos ritmos nacionais e despreocupada com a ditadura militar.

Você não acha que o grande prestígio que tem, colocado a serviço da música popular brasileira, traria um grande benefício para ela? Geraldo Vandré, na revista “Manchete”, em 1966

Dois meses antes da entrevista, em outubro de 1966, o mítico II Festival de Música Popular Brasileira da TV Record tratou de juntar os três artistas no mesmo evento. Chico e Vandré foram os grandes vencedores com o famoso empate entre “A Banda” (composta pelo primeiro e defendida por ele ao lado de Nara Leão) e “Disparada” (composta pelo segundo e interpretada por Jair Rodrigues). Mas Roberto também se sobressaiu ao cantar bem à vontade duas músicas fora do repertório do iê-iê-iê: “Anoiteceu” (de Vinícius de Moraes e Francis Hime) e “Flor Maior” (Célio Borges).

Animado com os elogios de seus adversários da MPB, Roberto pensou em propor a sua gravadora CBS a ideia de gravar um LP com repertório de “música brasileira”. Logo depois do festival, ele comentou sobre o disco com Nara Leão, que se tornou a principal incentivadora do projeto. Foi a partir desses bastidores que a “Manchete” decidiu promover o encontro entre Chico, Vandré e Roberto. “Os dois estavam ali para completar o serviço de Nara. Ou seja, aliciar o ídolo da Jovem Guarda para as hostes da MPB. E não apenas para gravar um disco: a missão deles era atrair Roberto Carlos definitivamente para o time da música brasileira”, escreve Paulo César de Araújo.

A entrevista é repleta de metáforas sobre futebol – e, mais especificamente, sobre a ideia de mudar de time. Chico começa perguntando se Roberto iria mesmo gravar um disco com repertório “nacional”. O rei responde: “Acho que preciso ter muito cuidado, por já estar num gênero e de repente começar em outro. Não sei se teria de começar tudo de novo ou pegar a coisa pela metade. Seria assim um…” Antes que ele continuasse, Chico Buarque completa: “Um jogo?”. “É. Um jogo”, confirma Roberto. “E você não gosta de jogar?”, pergunta Chico. “Gosto”, responde Roberto. “Então, por que não entra no nosso jogo?”, provoca Vandré. “Estou na dúvida”, confessa o cantor.

Adiante na entrevista, Chico pergunta: “Você concorda com o empate de ‘Disparada’ com ‘A Banda’?” E Roberto responde de primeira: “É o primeiro empate de dois caras que jogam no mesmo time.”  É a deixa para Vandré tentar novamente: “E nesse time tem camisa sobrando. É só você querer”.

Em outros momentos, Vandré deixa a metáfora de lado e tenta acuar Roberto com um ataque direto. “Você não acha que o grande prestígio que tem, sua grande popularidade, colocado a serviço da música popular brasileira, traria um grande benefício para ela?”. Roberto rebate: “Fazer música, para mim, embora viva disso, não é um negócio. A música é a música. Ela não deve ser feita para servir a outros interesses. Ao menos a minha, eu só faço quando tenho vontade e do jeito que tenho vontade.”

Sei que seu cachê até o Festival era perto de 500 contos, não é? Sei também que vai ganhar 3,5 milhões em Paranaguá. De modo que também estou em situação de perguntar: ‘é bom faturar, Chico Buarque?’ Roberto Carlos, rebatendo provocação de Chico sobre altos cachês

Aí começa o momento mais tenso da entrevista. Sem aceitar a ideia da música pela música, Vandré questiona se Roberto não estaria ganhando dinheiro demais com a profissão. “Não posso me queixar. Mas não componho para faturar. Se faturo, é outro problema”, responde o Rei. Chico tenta tirar onda de Roberto: “De qualquer forma, deve ser bom faturar como você”. E leva uma invertida do Rei: “Sei que seu cachê até o Festival era perto de 500 contos, não é, Chico? Sei também que vai ganhar três milhões e meio para cantar em Paranaguá. De modo que também estou em situação de perguntar: ‘é bom faturar, Chico Buarque?’ Chico acusa o golpe: “Bem, lá isso é. Essencial é que não”. Roberto vira o jogo de vez mirando em Vandré: “Seu nível de vida não é dos piores”. Vandré titubeia: “Minha vida não é das melhores, não. E tenho outra profissão. Fiscal da Sunab.”

O resto da entrevista é mais ameno. Mas os embaraçados Roberto e Chico não escondem seu desconforto e a vontade de chegar ao fim. Apenas Vandré parece à vontade no encontro. Ao final, Chico pergunta: “Você vai ou não vai gravar música brasileira? Pediu ou não pediu a Nara para te ajudar a escolher o repertório?” E Roberto responde: “Pedi. Nós conversamos a respeito. Então eu falei: ‘Nara, já pensou? Eu gravar uma música do Chico?’ E ela respondeu: ‘Que é que tem isso demais? Grava!’ E eu já falei com a gravadora para lançar um disco meu totalmente dedicado à música brasileira”. Vandré se entusiasma: “Ótimo!” Chico entrega os pontos: “Acho que chega, não?” E Roberto se alivia: “Graças a Deus.”

No final das contas, o projeto do disco de MPB não vingou, não por culpa de Roberto, mas de seu produtor Evandro Ribeiro. Segundo Paulo César de Araújo, o gerente-geral da CBS “dizia para Roberto não dar ouvidos àquele pessoal da música brasileira, que tinha era inveja e receio de seu sucesso, e queria Roberto Carlos ao seu lado para mais facilmente tentar anulá-lo”.
Reprodução

Em trecho de entrevista para o documentário “Uma Noite em 67”, realizada em 2009 e não incluída no filme, Chico diz se lembrar da matéria da “Manchete” e tenta se justificar dando o contexto da época: “Falavam que o Roberto fazia música estrangeira. E ele tinha começado como cantor de bossa nova. Existia uma discriminação aí. Eu sempre gostei do Roberto e das músicas dele. Não era a música que eu fazia, era outro tipo, mas isso não importava, não era uma questão ideológica, nunca levei a esse ponto.”

Já Roberto, em entrevista ao mesmo documentário (do qual o autor deste texto é um dos diretores), tenta colocar panos quentes na rivalidade entre Jovem Guarda e MPB. “A gente via isso numa boa. Quando a gente ouvia alguma coisa a respeito, dizia: ‘Puxa vida, mas o povo gosta disso que a gente está fazendo, acho que a gente não tem que se preocupar muito com isso, não'”. Mas, em 1966, a visão de Roberto era bem diferente, como mostra uma das raras declarações bombásticas do Rei resgatada por Paulo César de Araújo: “Fizeram um cerco em torno de mim que às vezes me angustia! Muitos falam mal de mim. Tenho muita mágoa do pessoal de música brasileira.” Mas Roberto abre uma exceção: “Um dos poucos de quem não tenho mágoa é do Chico Buarque de Hollanda, que me parece um ótimo sujeito”.

Sete meses depois da entrevista na “Manchete”, em 17 de julho de 1967, a rixa entre MPB e Jovem Guarda chegaria a seu momento mais explícito, na emblemática “passeata contra a guitarra elétrica”, com a participação de, entre outros, Geraldo Vandré, Elis Regina e Gilberto Gil. No festival da Record daquele mesmo ano, Gil cantaria acompanhado de guitarra em “Domingo no Parque”, assim como Caetano Veloso em “Alegria, Alegria”. Foi o suficiente para Evandro Ribeiro, produtor de Rei, comentar ironicamente: “Está vendo, Roberto? Eles queriam que você aderisse à música brasileira. Agora estão aí aderindo ao iê-iê-iê e se dando bem”.
Fonte: Bol

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Show gratuito celebra os 50 anos da Jovem Guarda em Brasília


Este sábado (22) marcará os exatos 50 anos da estreia do programa "Jovem Guarda", na TV Record de São Paulo. No palco, em 1965, Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléa apresentavam aos brasileiros a cara do movimento musical que iria contagiar a juventude da época.

Para comemorar as letras inesquecíveis, o shopping Deck Norte oferecerá ao público um show gratuito com a banda Radicais Livres, reunindo os maiores sucessos do estilo que ficou conhecido como a "Beatlemania brasileira".

— Queremos comemorar a data em grande estilo também aqui em Brasília. E a banda Radicais Livres sempre focou nas músicas dos anos 60, especialmente as da Jovem Guarda. Vai ser uma brasa, mora, diverte-se o superintendente do Deck Norte, Renato Horne.

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Comemorando 50 anos de carreira, The Fevers lança CD e sai em turnê nacional

O grupo The Fevers, formado em 1965, é, sem dúvida, uma das mais expressivas bandas oriundas da Jovem Guarda e continua, firme e forte, pela estrada afora e indo aonde o povo se encontra. Comemorando 50 anos de uma carreira de êxitos, são mais de 60 lançamentos entre vinil, cassete,  cd e Dvd, inúmeras músicas em trilhas e aberturas de novelas, e um volume de sucessos que poucos artistas consegue alcançar por mais extensa que sejam suas trajetórias. A banda acaba de lançar pela gravadora Polydisc, do Nordeste, mais uma obra musical.

O grupo vendeu milhões de discos e é conhecido como a "Banda Mais Popular do Brasil". O  The Fevers, premiadissimo ao longo de sua longeva e ininterrupta carreira, mantém, até hoje,  uma agenda concorrida e a média de mais de 100 shows anuais. O conjunto é  formado por Luiz Cláudio (vocais), Liebert Ferreira, (baixo e fundador), Miguel Angelo (teclados), Rama (guitarra e violões) e Otávio Henrique (bateria).

O novo disco chega recheado de grandes sucessos do grupo, como Mar de Rosas, Agora eu Sei, Alguém em Meu Caminho, Cândida, Vem me Ajudar, Por Causa de Você. Se você me Quiser, Eu quero Amar Você, Hey Girl, Baby , Se Você me Quisesse, Hey Jude, Um Louco, Meu Grande Amor, Só eu e Você,, Vai e Vem, Não Diga Adeus, Desde que Você se Foi, Elas Por Elas, e Marcas do Que se Foi. A turnê comemorativa - pelos 50 anos de sucesso -   já passou por inúmeras cidades. E está, novamente, na estrada para muitas e muitas apresentações.
Fonte: Jornal do Brasil